A Secretaria da Saúde (SES) lançou nesta semana um painel que monitora internações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), nome dado a casos de hospitalização por problemas ou dificuldades respiratórias. Os dados são atualizados duas vezes na semana, às terças e às sextas-feiras. A ferramenta pode ser acessado no site da SES .
O painel permite que os dados sejam filtrados de acordo com os principais vírus relacionados a quadro clínico – influenza, covid-19 e vírus sincicial respiratório (VSR) – e organizados por lugar (cidades, coordenaria regional de saúde), tempo (datas do início dos sintomas), evolução (internado, recuperado ou óbito) e perfil das pessoas (raça, sexo, faixa etária).
O uso da ferramenta para melhor observar e analisar os dados se torna ainda mais importante no atual momento no Estado. Com a permanência de muitas pessoas em abrigos após as enchentes do último mês, as chances de transmissão dos vírus respiratórios aumentam, devido à concentração de muitas pessoas em um mesmo ambiente. A queda das temperaturas com a proximidade do inverno é outro fator que costuma levar ao aumento dos casos, uma vez que as pessoas acabam ficando em locais menos arejados.
O período de calamidade que o RS enfrenta pode ter uma outra influência na vigilância em saúde: a subnotificação dos casos nas últimas semanas, fato que deve ir se normalizando à medida que municípios e hospitais consigam colocar em dia os registros pendentes.
Além disso, uma vez que os dados são cadastrados por data de início dos sintomas, é normal haver um menor volume nas semanas mais recentes, visto quepode levar um certo tempo entre a pessoa começar a apresentar sintomas, ser internada e o registro ser feito no sistema.
Hospitalizações e óbitos
Dados do painel atualizados até quarta-feira (5/6) indicam que no Estado já registrou, em 2024, mais de 5,7 mil hospitalizações por SRAG, das quais 538 resultaram em óbito. A fonte das informações o SIVEP-gripe, sistema oficial do Ministério da Saúde.
Desse total de internações por complicações respiratórias, três vírusprevalecem como os principais agentes causadores: o influenza, o VSR e o dacovid-19. Somados, eles representam mais da metade dos casos. Entre os óbitos, a proporção é ainda maior: dois a cada três foram causados por algum deles.
A covid-19, mesmo com uma tendência de queda, segue como a principal causadora de hospitalizações e de óbitos: ela é responsável por 20% dos casos e 50% dos óbitos no ano (1.151 hospitalizações e 268 óbitos). A influenza, por sua vez, foi responsável por 16% das internações e 15% das mortes (895 casos e 79 óbitos).
Por isso, a SES reforça a importância da vacinação contra os vírus causadores. Neste último mês, inclusive, o RS passou a receber do MS um novo imunizante contra a covid-19, atualizado contra a subvariante ômicron XBB 1.5. Ele é recomendado para os grupos prioritários: crianças (entre seis meses e cinco anos, para atualização de rotina do calendário vacinal); e adultos dos grupos prioritários, como pessoas acima dos 60 anos e pessoas com comorbidades.
A vacinação contra o vírus da gripe foi ampliada para toda a população (idade mínima de seis meses). Doses extras também foram recebidas pela SES no último mês para que todos os municípios pudessem continuar a estratégia de imunização, que também foi realizada extraordinariamente nos abrigos para as pessoas que precisaram sair de suas residências durante as enchentes.
O terceiro tipo de causa para SRAG é o VSR, principal causador de bronquiolite. Ele atinge mais o público infantil: 92% dos casos registrados ocorreu entre crianças abaixo dos cinco anos de idade. Para esse vírus, ainda não há vacina disponível pelo SUS. Porém, está disponível o anticorpo monoclonal humanizadoPalivizumabepara crianças menores de dois anos elegíveis (conforme critérios de inclusão). Ele se mostra eficaz na prevenção de doenças graves causadas pelo VSR.
Painel covid-19
Além do novo painel com dados das hospitalizações por doenças respiratórias, a SES ainda mantém no ar um painel específico sobre a covid-19 , que traz a série histórica da doença no RS desde 2020. Diferente do painel das SRAG, ele apresenta o total das notificações dos casos diagnosticados, sejam eles de internações ou ambulatoriais (aqueles que não precisaram de hospitalização).
Texto: Ascom SES
Edição: Rodrigo Toledo França/Secom
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