Ciro Alexandre Silva dos Santos foi proibido ontem, dia 27, de comparecer à Arena Fonte Nova nos dias de jogo do Esporte Clube Bahia. A determinação da Justiça atende a pedidos cautelares apresentados pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do promotor de Justiça José Coelho Neto. O torcedor está obrigado a, durante os jogos do time, apresentar-se, com antecedência mínima de duas horas do horário do evento, no Batalhão Especial de Policiamento de Eventos (Bepe), onde permanecerá até duas horas após o fim do jogo. Ele é acusado de agredir verbal e fisicamente uma funcionária do clube durante o jogo realizado em dezembro de 2024.

Conforme laudo médico, Ciro Santos gerou danos físicos e psicológicos na funcionária após quebrar a janela de vidro do guichê de atendimento em que ela trabalhava. Os estilhaços do vidro atingiram a face e o seio da vítima, causando ferimentos. Também por determinação da Justiça, ele está proibido de se aproximar da residência e local de trabalho da vítima, no limite mínimo de 200 metros, e de manter contato por qualquer meio de comunicação com ela.

MPBA e Polícia Civil discutem medidas para reforçar segurança nos estádios

O Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição do MP (Nupia), promoveu na última quarta-feira, dia 22, uma reunião com representantes da Polícia Civil para discutir medidas de aprimoramento da segurança nos estádios de futebol. O encontro, que ocorreu na sede da Instituição, no Cab, faz parte das etapas do procedimento de mediação do Nupia com o objetivo de aperfeiçoar as medidas de controle e prevenção da violência durante as partidas de futebol. “O MPBA e a PC estão empenhados na realização de diálogos interinstitucionais voltados à prevenção e ao combate à violência em estádios. Essa iniciativa reafirma o compromisso das instituições em garantir a segurança dos torcedores e preservar a paz nos eventos esportivos, promovendo ações coordenadas e integradas para coibir condutas que coloquem em risco a integridade física dos cidadãos e a ordem pública”, destacou a promotora de Justiça Karinny Peixoto, coordenadora do Nupia.

Também participaram do encontro os promotores de Justiça Adalto Araujo, coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim); e Hugo Casciano, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública (Ceosp); a delegada-geral da Polícia Civil Heloísa Campos de Brito; o delegado de Polícia e diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP), Ivo Carvalho Tourinho; e o delegado Marco Tebaldi. Na ocasião, foram debatidas estratégias para o aprimoramento da segurança nos estádios de futebol, incluindo a implementação de sistemas de reconhecimento facial para identificação de torcedores infratores e prevenção de atos violentos. Além disso, foram discutidos a necessidade de uma punição mais célere e efetiva para coibir comportamentos ofensivos; a importância do incremento das estruturas de investigação e repressão; a articulação entre os integrantes do sistema de segurança pública e justiça; e a utilização de análises de dados e informações sobre os autores de delitos em eventos esportivos, visando uma resposta mais eficiente e integrada.

“O trabalho conjunto busca fortalecer estratégias de fiscalização e prevenção, com foco na adoção de medidas eficazes para assegurar que os estádios sejam espaços de convivência pacífica e celebração do esporte. Discutimos ações para incrementar as estruturas de investigação e repressão, bem como a análise de dados e informações relacionadas aos autores de delitos praticados no contexto de eventos esportivos”, destacou o promotor de Justiça Hugo Casciano, coordenador do Ceosp. Ele complementou que a parceria entre o MPBA, a Polícia Militar e a Polícia Civil já resultou na implementação de diversas medidas, incluindo a obrigatoriedade dos autores de crimes contra a paz no esporte permanecerem em local indicado pelo juiz antes e após as partidas, bem como o intercâmbio contínuo de informações entre as instituições.

Além disso, estão previstas a implementação de outras iniciativas como a identificação biométrica de torcedores no momento da aquisição de ingressos, a criação de um sistema de controle para monitoramento de torcedores proibidos de frequentar estádios por determinação judicial, e tratativas com o Poder Executivo municipal para aprimorar medidas relacionadas à fiscalização, ordem pública e mobilidade urbana.