A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quinta-feira (6), com 11 votos a favor e nenhum contra, a condução do diplomata Flávio Helmold Macieira para o cargo de embaixador na Irlanda. Agora a indicação segue para a análise do Plenário. A relatora da indicação ( MSF 7/2024 ) é a senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Flávio Helmold Macieira nasceu em Niterói, em 1952. Formado em direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ingressou na carreira diplomática em 1977 e concluiu o Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco em 1998. Em 2002, concluiu mestrado em relações internacionais pela Universidade da Cidade de Dublin, na Irlanda.
No Brasil, o diplomata atuou como subchefe e chefe substituto da Divisão de Comércio Internacional e da Divisão de Política Comercial; como assessor da Divisão das Nações Unidas; e como consultor internacional da Coordenadoria do Metrô de Brasília.
No exterior, serviu nas embaixadas no Iraque, na Espanha, França, na Irlanda e na Suíça. Como embaixador, atuou na Nicarágua, entre 2008 e 2012; na Noruega, de 2012 a 2016; e no Panamá, entre 2016 e 2018.
Durante sua sabatina na comissão, o diplomata relatou já ter vivido na Irlanda e afirmou que o país é pequeno comparado a outros, porém muito rico e influente no cenário internacional. Sobre a agenda futura da embaixada, afirmou que pretende dar continuidade à atuação pelo fortalecimento das relações bilaterais que já vem sendo realizada, pois o trabalho do Itamaraty é “progressivo e acumulativo”.
— A Irlanda política é um país que se assemelha ao Brasil porque é uma democracia liberal representativa e bicameral. Há muita convergência e possibilidade de um entendimento político, que vem havendo — disse.
Macieira ressaltou que um dos objetivos almejados é ampliar as relações econômicas entre Brasil e Irlanda. Segundo ele, a comunidade brasileira tem “enorme presença” na Irlanda, estimada entre 60 mil e 80 mil brasileiros. Ele também afirmou que os grupos parlamentares de amizade bilateral são relevantes para “favorecer a relação entre os dois países”.
Relatora da indicação feita pelo Executivo, Tereza Cristina afirmou que a embaixada brasileira na Irlanda tem papel importante e há potencial para ampliar o comércio entre os dois países. Ela disse ainda ter preocupação sobre o perfil “cético” dos irlandeses em relação à agricultura brasileira e defendeu o fortalecimento das relações.
As relações diplomáticas entre Brasil e Irlanda se iniciaram em 1975, mas o Brasil só instalou sua embaixada naquele país em 1991, enquanto a embaixada irlandesa em Brasília só foi aberta em 2001.
No ano passado, o comércio entre os dois países movimentou US$ 1,2 bilhão. As principais exportações brasileiras para a Irlanda foram milho, miúdos de carne e minérios de alumínio, e as principais importações foram medicamentos, produtos farmacêuticos, medicamentos veterinários e manufaturados.
A Irlanda é uma república parlamentarista com 5,25 milhões de habitantes. Ocupa a maior parte de uma ilha no noroeste da Europa, sendo a outra parte ocupada pela Irlanda do Norte, que é parte do Reino Unido. A República da Irlanda obteve sua independência do Reino Unido em 1922. Desde 2002, faz parte da zona do euro.
A economia do país é focada principalmente nos setores de serviços e de alta tecnologia, em especial na área farmacêutica e de tecnologia da informação. O país abriga sedes de gigantes do setor de tecnologia tais como Google, Facebook, LinkedIn, PayPal, eBay, Airbnb e Apple.