Educação Novo Horizonte
Escolinha comunitária realiza roda de conversa com pais em Camaçari
O diálogo contou com a presença de um pai que é psicanalista e acompanhou o dia-a-dia da sua filha que é aluna da Escolinha.
28/04/2025 16h16 Atualizada há 2 dias
Por: Herbert Rodrigues
Colaboradores da escolinha Brincando e Criando, do bairro Novo Horizonte. Foto: Herbert Rodrigues

Na manhã da última sexta-feira (25), a Escolinha comunitária Brincando e Criando, do bairro Novo Horizonte em Camaçari, realizou um encontro com os pais e educadores para um debate sobre as atividades da primeira unidade dos seus filhos. Na oportunidade, os representantes da instituição falaram sobre o processo e os cuidados que são dados a cada criança que participa do projeto.

 

Com o tema - Dialogo pedagógico com as famílias, os pais presentes tiveram a oportunidade de visitar as salas dos seus filhos e ter um diálogo com os educadores que cuidam das crianças.

 

O encontro iniciou com a fala da coordenadora pedagógica, Edna Matos, que apresentou um balanço do que já foi feito nos últimos dias na instituição. A profissional detalhou a importância da participação dos pais na rotina escolar dos alunos, principalmente para os pequeninos que têm entre 2 e 5 anos de idade. Edna, detalhou sobre as realizações da primeira unidade e falou sobre o encontro – “Fechamos um ciclo da unidade e a partir deste momento nós estamos dialogando. Os pais vieram para a escola com o objetivo de conhecer as aprendizagens que as crianças ampliaram nesse percurso que foi a primeira unidade, tiveram acesso ao portfólio com os registros das atividades das crianças e os demais documentos que comprovam a aprendizagem das crianças. E hoje nós fechamos esse momento da unidade, com essa riqueza de detalhes e trazendo a vontade das crianças que é a realização de uma feira de empreendedorismo. Para mim, é um desafio como coordenadora, pois foi tudo pensado por eles” disse ela.

 

Fernanda Carvalho, diretora da escolinha e também presidenta da Associação de Moradores do bairro Novo Horizonte, instituição responsável pelo espaço educacional, em sua oportunidade de fala, aproveitou para enfatizar a importância dos pais nesses encontros – “A escola tem que ter a parceira da família, é muito importante para acompanhar o aprendizado das crianças. E nós, encerrando a primeira unidade, estamos mostrando a metodologia da escola, brincando e aprendendo. A partir de um brinquedo, um ‘lego’, que é colorido, quantitativo e divertido, pode auxiliar à criança a aprender sobre vários assuntos. Esse é o nosso nome, nossa forma de metodologia, brincando e criando”, afirmou ela.

 

Jadson Alan, que é pai de uma aluna da instituição, falou sobre sua experiência ao acompanhar a rotina da sua filha. Ele, que é psicanalista, teve a oportunidade de enxergar com outros olhos o comportamento não só da sua criança, como também das demais ali presentes. Questionado sobre a sua experiência vivida na sala de aula, o profissional detalhou sobre a transformação de comportamento dos pequenos a partir de um hábito domiciliar, que passa por mudanças quando eles convivem no ambiente escolar. “Antes eu não entendia o porquê de a minha filha chorar ao vir à escola, busquei tirar minhas próprias conclusões ao estar presente na sala de aula. Percebi que não era somente a minha filha que chorava e que não era por maus-tratos no ambiente e sim, porque era naquele ambiente que as crianças tinham que aprender a conviver com outras e saber dividir, coisa que não acontece no ambiente familiar, principalmente quando se fala de filho único” disse ele.

 

Na roda de conversa, Jadson falou sobre prioridades e a educação através das telas. “As crianças dentro do ambiente escolar têm responsabilidade e obrigações impostas na medida que vão passando as fases dentro da escola. As crianças recebem suas pausas como férias e folgas e ficam sobre a tutela dos pais, aí começa o problema, que algumas vezes elas não recebem limites ou regras e, na volta à escola, têm a dificuldade de se readaptar. A presença do pai na escola faz com que ele enxergue a forma com que o professor atua para que você possa replicar essas atividades em casa. Sobre a educação com as telas, eu vou ser bem taxativo, isso prejudica. Antigamente, se tinha um período de desenho na televisão, a criança tinha atividades e a rotina escolar. Hoje, as crianças têm acesso a conteúdo a todo tempo, nem todo pai consegue controlar o conteúdo que as crianças consomem. O que precisa ser feito é que os pais dediquem um pouco do seu tempo com atividades lúdicas para as crianças, como era antigamente” ressaltou ele.

 

O encontro encerrou com a visita às salas de aula dos alunos e um banquete que tinha como opção chá e café da manhã, com os professores.

 

Sobre a Escolinha

 

Brincando e Criando é uma escolinha comunitária que existe há mais de 25 anos. É um projeto da Associação de Moradores do bairro Novo Horizonte, que ao enxergar a necessidade da comunidade em ter um equipamento de cunho educativo, prontamente buscou construir o espaço e direcionar gratuitamente para as crianças da localidade.

 

O projeto tem como parceria principal a prefeitura municipal de Camaçari, através da secretaria de educação.

 

No espaço, mais de 195 crianças são atendidas e acompanhadas por 20 coladores que dedicam o seu tempo para a instituição. Cada sala de aula conta com uma professora e uma auxiliar para cuidar das crianças.