O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI/FNDCT) publicou na última sexta-feira (8) o resultado final do Edital Conecta e Capacita nº 13/2024 – Programa Mais Ciência na Escola, e a Uece foi a única instituição contemplada no Ceará. O projeto, coordenado pelo professor Sérgio Gomes dos Santos, docente do curso de Física da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc), em Quixadá, foi aprovado com o valor de R$ 7,5 milhões para atender 75 escolas públicas estaduais e municipais em 16 municípios durante o ano de 2025.

O Programa Mais Ciência na Escola tem a finalidade de disseminar o letramento digital e a educação científica na educação básica, por meio da implantação de laboratórios maker em escolas públicas, promovendo a parceria entre escolas e instituições científicas, tecnológicas e de inovação com caráter de extensão.

Com o título “Lixo: problema global, soluções locais”, o projeto tem como eixo central a captação e utilização de resíduos eletrônicos como matéria-prima para, juntamente com os laboratórios makers adquiridos com os recursos do CNPq para as escolas, desenvolver competências em ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática (STEAM). A ideia é garimpar riquezas educacionais no lixo eletrônico e educar a população sobre o destino correto dos resíduos não utilizados. O projeto conta com ação conjunta das instituições de ensino e parceria com a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletrodomésticos e Eletrônicos (Abraee).

A iniciativa se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apostando em estratégias de sustentabilidade que devem ser estimuladas nas escolas como um novo horizonte de trabalho. Com planos de atividades, formação continuada de professores e bolsas para docentes e estudantes, o trabalho busca estimular a aprendizagem investigativa e experimental, focando na resolução de problemas reais e no uso pedagógico de tecnologias digitais, preparando alunos e professores para os desafios contemporâneos.

O projeto representa o esforço conjunto de docentes da Uece, Unilab e Urca, que se aliam a programas de formação de professores já consolidados, como o Mestrado Nacional em Ensino de Física (MNPEF – Polo 23) e o curso de Especialização Ciência é 10, oferecido pela Universidade Aberta do Brasil, no intuito de criar uma rede colaborativa visando à melhoria do ensino de ciências nas escolas públicas do Ceará.

Para o professor Sérgio, coordenador do projeto, “a aprovação é um marco importante para a Uece e para o fortalecimento da educação científica no Ceará. O intuito é disseminar o letramento digital e a educação científica para desenvolver habilidades críticas e práticas em nossos alunos, por meio da aprendizagem por investigação e experimentação científica. Buscamos engajar o interesse dos estudantes nas carreiras científicas e tecnológicas, transformar a percepção da comunidade sobre o meio ambiente e fortalecer a responsabilidade social em relação a ele”.

A pró-reitora de Extensão, professora Lana Nascimento, destaca a importância deste programa para consolidar a proximidade entre as ICTs e as escolas, na perspectiva da extensão, o que fortalece, ao mesmo tempo, a Política Nacional de Extensão e o papel de instituições como a Uece, ao possibilitar novos meios e processos de produção, inovação e disponibilização de conhecimentos, permitindo a ampliação do acesso ao saber e o desenvolvimento tecnológico e social do país. Segundo ela, parcerias como estas são fundamentais para a implementação de políticas públicas que fortaleçam o desenvolvimento e a democratização da ciência, da tecnologia e da inovação.